quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Moana - Um mar de aventuras ou uma jornada de autoconhecimento

Em determinado momento do filme Maui, o semideus, define a aventura como saber para onde se quer ir, sem que esquecer por onde você já passou. Alcançar esse equilíbrio entre o familiar e o desconhecido, passado e presente, o tradicional e o novo parece ser a verdadeira busca da jovem heroína do mais recente filme da Disney: Moana - Um Mar de Aventuras.

A jornada de Moana traça vários paralelos com o conceito de jornada do herói: o chamado para aventura; a reticência do herói; o mestre, no filme representado pela avó; o aliado, Maui (Semideus, transmorfo, heroi do mundo, em sua própria descrição); a superação dos primeiros desafios; uma ligeira derrota traumática e por fim a recompensa. Todas as características do estilo estão lá, entretanto, é em sua conclusão que Moana se revela muito mais uma jornada de autoconhecimento. 

Saber quem você é e onde está é a tônica que guia o filme, tanto em sua narrativa quanto nas canções tema que o embalam, todas excelentes diga-se de passagem. Da tradicionalista e conservadora Where You Are (Onde você está), cantada pelo pai de Moana, apegado a terra e à tradição de seus antecessores, à linda How Far I'll Go (Quão longe irei), onde a personagem principal expressa seu desejo de saber até onde pode chegar através do oceano, passando pela, também linda, Whe Know The Way (Conhecemos o caminho), canção dos ancestrais de Moana. 

A chave para o sucesso da aventura surge justamente quando Moana, após todos os quilômetros percorridos, lembra quem é e de onde veio e percebe onde quer chegar alcançando assim o equilíbrio entre as duas vontades conflitantes dentro de si o que a leva a descobrir quem ela é, e tal qual seus ancestrais, saber o seu caminho. E é através desse conhecimento que a personagem percebe que ao final não havia real vilão a ser derrotado, apenas recuperar o que há muito tempo fora perdido, tanto para si, quanto para Te Fiti, quanto para sua vila. 

Tudo isso é mostrado de forma leve, com muito humor politicamente correto e, o que mais me impressionou num filme da Disney, uma pequena dose de auto paródia (repare a descrição de Maui sobre princesas ou a cena pós créditos com Tamatoa o caranguejo gigante). 

Os critério técnicos da animação são soberbos de bons, o movimento das roupas, do mar da natureza são tão perfeccionistas que nos fazem sentir a ambientação. Chega a impressionar saber que é o primeiro trabalho em CG dos diretores. A trilha sonora, também é um espetáculo a parte, é a mais bonita dessa mais recente safra de filmes Disney. 

Um filme infantil sem dúvida, mas recomendado para todas as idades.


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