Zeca e Joca na Revolução: Cortando a corrente.
Lá estavam nossos heróicos homens, descalços e desarmados, o rio era bem ali, mas eles ainda não imaginavam o que era para fazer, quando chegou o bom capitão.
_ Meus caros serin... quer dizer, soldados. – começou em tom pomposo. – Logo ali está o rio e também a corrente, como vocês todos sabem. Nossos barcos com mantimentos não chegam, então só podemos fazer uma coisa, serrar a corrente. Para isso vocês irão mergulhar no fundo desse rio com essas serras que vamos lhes dar, mergulhem e cortem.
Joca, que não tinha gostado nenhum pingo dessa idéia resolveu externar com seu bom e velho companheiro, Zeca.
_ ô Zeca, tu também não ta achando que a gente vai acabar se fudendo com essa arrumação.
_ Pra falar a verdade até acho, o Joca. Mas se a gente não vai ele fuzila a gente. Então é melhor ir logo.
Mas Joca não muito satisfeito com a explicação de Zeca resolveu se manifestar.
_ Ô meu capitão. Isso aí num vai ser muito perigoso não?
_ Olha até vai. Mas a idéia vale a muito a pena não sabe. Já faz três dias que não há enlatados, não há balas, não há fumo, sem falar que o papel higiênico não vai durar para sempre, não se pode guerrear decentemente sem eles, isso sem falar no papel de carta, temos que trocar cartas com nossos inimigos, é de bom tom.
_ Ta, mas e o senhor, vai fazer o que, cortar com nois?
_ É mas claro que não! Quer dizer... hum... vou dar cobertura.
_ Daqui de cima?
_ Daqui de cima, de onde mais?
_ E cobertura contra o que hein?
_ Ora seu Joca, contra os tiros dos bolivianos.
_ Então, deixa ver se entendi, a gente vai mergulhar no fundo do rio, carregando serras pra cortar uma corrente absurdamente grossa, e ainda vamo ter que fazer isso debaixo de bala?
_ Exato. – falou o capitão, já pensando que teria que fuzilar alguém hoje.
_ É. Num é que é uma boa idéia. Vamo nessa cambada.
E lá se foram nossos bravos heróis com serras em vez de armas nas mãos.
*texto repleto de imprecisões e inverdades históricas.
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